#HistóriasdeBH PAI HERÓI

13/05/2015 09:15
Rua Desembargador Bráulio, Alto Vera Cruz.
 

Herói da vida real

 
Recentemente, o  Alto Vera Cruz foi considerado o bairro mais perigoso da capital, totalizando vinte e cinco assassinatos devido a brigas de gangues em bocas de fumo em 2014. Ainda no ano passado, em Belo Horizonte, 255 pessoas foram assassinadas. Desde sempre o bairro pediu socorro, e na escassez de ajuda de autoridades ou entidades governamentais, de alguma forma os moradores conseguem ajudarem uns aos outros. 
 
Um desses moradores é Arlindo Cipriano, mais conhecido como Pai Herói. O comerciante reside no bairro há 38 anos. Nascido em Inhapim, interior de Minas, veio para a capital em busca de conforto, e, a partir dali, fez a sua vida no bairro e contribuiu para a vida dos outros.
 
O apelido peculiar é devido à novela de grande repercussão com o mesmo nome, exibida na TV Globo em 1979. Não só pela novela: Pai Herói nasceu do jeito paternal e dos feitos heróicos de Cipriano, que marcaram sua chegada ao bairro. 
 
Segundo ele, quando chegou na região as ruas ainda não eram asfaltadas e, às vezes, a comunidade não tinha o que comer. Por isso, doava cestas básicas e ajudou a asfaltar as ruas. Tímido para falar de seus feitos, conta que não fez mais que a obrigação dele, já que mora no local. 
 
Atualmente, um de seus mais expressivos projetos é o  "Almoço de Natal", no qual oferece a ceia no dia 25 de dezembro. Além disso, disponibiliza brinquedos, roupas e cestas básicas recolhidos ao longo do ano. Em 2014, cerca de 1.500 crianças da comunidade ganharam seu presente de natal por causa do projeto, que já dura 13 anos.
 
Mas não só de caridade vive Arlindo: sua renda vem de seus três bares, todos localizados na mesma região, claro. Com o lucro dos estabelecimentos, Pai Herói consegue sustentar sua família e ajudar diferentes entidades não governamentais. O apoio vai de ajuda financeira a comidas variadas que só ele sabe fazer. 
 
 
Há dois anos, Pai Herói aguarda sua cirurgia de artrose nos dois joelhos, que fará pelo SUS. Se fizesse no hospital particular, a cirurgia custaria 46 mil. Enquanto isso, com ajuda de suas muletas, ele faz o que acha sua obrigação.
 
Saiba mais da história do Pai Herói aqui:
 
 
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